A detecção precoce continua sendo o principal marcador prognóstico do melanoma cutâneo. O uso da dermatoscopia durante o exame clinico aumentou de maneira significativa a acurácia no seu diagnóstico, tanto reduzindo o número de exéreses desnecessárias de lesões pigmentadas quanto promovendo diagnóstico precoce do tumor com redução sua da morbi-mortalidade. Apesar deste grande avanço, em aproximadamente 10% dos casos a dermatoscopia do melanoma, em seus estágios iniciais, pode ser indistinguível de um nevo melanocítico e seu reconhecimento pode tornar-se um desafio na prática clínica, principalmente em pacientes de alto risco. Por outro lado, pacientes com nevos atípicos ou síndrome do nevo atípico podem apresentar múltiplas lesões suspeitas de malignidade e nunca ter um melanoma.
A avaliação dermatoscópica digital sequencial destas lesões melhora a acurácia no diagnóstico em pacientes de alto risco, tanto no diagnóstico precoce de lesões malignas sem critérios dermatoscópicos de melanoma quanto possibilita a identificação de lesões com comportamento de risco (que fogem do padrão do paciente ou estão sofrendo modificações dermatoscópicas) em pacientes com Síndrome do Nevo Atípico. Além da dermatoscopia digital sequencial, estes pacientes devem ser acompanhados pela possibilidade de surgimento de novas lesões melanocíticas malignas (os “melanomas de novo”, que correspondem a aproximadamente 60% dos casos de melanoma). Para esta avaliação, associa-se o mapeamento corporal total, que consiste na fotografia digital do corpo do paciente em diferentes posições para a maior documentação corporal possível. A combinação das duas técnicas proporciona melhor avaliação das lesões documentadas e também é muito útil para o seguimento.
As principais indicações para a realização do exame de mapeamento corporal total e dermatoscopia digital são: 1. Pacientes com múltiplos nevos (>50 nevos) que apresentem outros riscos para melanoma: l Antecedente pessoal ou familiar de melanoma; l Síndrome do Nevo atípico; l Fototipo baixo (pele clara e olhos claros) e história de múltiplas queimaduras solares. 2. Pacientes carreadores de mutações genéticas que predisponham ao desenvolvimento de melanoma ou síndromes genéticas que aumentem a predisposição para melanoma (Xeroderma Pigmentoso, Sd. De Gorlin-Goltz, etc.).
Fonte: GBM